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O Reino Sem Lei e a Agonia de uma Sociedade Refém


O Estado do Rio de Janeiro vive hoje uma situação desesperadora e caótica, onde a falta de segurança escancara um cenário quase irreversível de violência e desordem. Recentemente, presenciamos ataques de criminosos contra cidadãos comuns em plena luz do dia, enquanto estas pessoas tentavam, como em qualquer dia de semana, ir para o trabalho e sustentar suas famílias. A razão? Marginais que, ao terem seu domínio ameaçado, decidiram lançar o terror nas ruas, demonstrando um total desprezo pela vida e segurança alheia. Isso nos revela uma verdade alarmante: no Rio de Janeiro, os criminosos não têm medo, não têm freios e agem sem a menor preocupação com as consequências.

O governo, por sua vez, parece estar de mãos e pés atados, incapaz de reagir de forma efetiva. Décadas de negligência e corrupção resultaram em uma rede enraizada de desordem e falta de autoridade. A ausência de um plano sério e contínuo de segurança pública nos últimos 50 anos deixou o Estado vulnerável e a população à mercê do crime organizado. Hoje, a polícia e outros agentes de segurança, que deveriam ser a linha de frente da proteção pública, são sufocados pela burocracia, ameaças internas e falta de apoio.


E como se não bastasse, a atuação do poder Judiciário, muitas vezes, parece agir mais em defesa de quem ameaça a ordem pública do que de quem realmente vive amedrontado. É difícil imaginar como um ministro, a quilômetros de distância em Brasília, consegue avaliar a necessidade e a urgência das operações em territórios dominados pelo crime no Rio.


Operações importantes são frequentemente interrompidas, barradas ou mesmo anuladas, muitas vezes com argumentos distantes da realidade que enfrentamos nas ruas. Parece até que a Justiça se tornou mais uma camada do problema ao invés de parte da solução.


E ainda existe a corrupção, que não só está infiltrada no governo, mas também nas câmaras municipais, no legislativo e até em parte do sistema judiciário. Como acreditar em uma mudança, quando todos os últimos governadores foram presos, e o atual enfrenta processos? Como os agentes de segurança pública podem ter liberdade para agir, sabendo que, se mexerem com alguém “politicamente protegido”, serão perseguidos, sancionados, ou terão suas famílias ameaçadas? Esses profissionais, que deveriam ter respaldo total, acabam tendo que enfrentar inimigos por todos os lados: o crime, a política e até suas próprias consciências, exaustos de lutar por salários baixos, direitos esquecidos e uma carga enorme de desprezo dos gestores públicos.


O que esperar de uma sociedade refém da própria desordem que criou? Quando uma cidade se transforma em um "Reino sem Lei", como é o caso do Rio de Janeiro, fica claro que não estamos mais falando apenas de problemas de segurança pública, mas de um colapso de toda uma estrutura social. É uma vergonha nacional. Até quando assistiremos ao Rio de Janeiro se afundar, com o crime organizado estendendo seus tentáculos por toda parte, nos becos, nas câmaras políticas e até mesmo nos tribunais?


Hoje, o Rio é um estado ferido, em que a população honesta, que deseja apenas viver em paz, está sitiada pelo medo. Essa luta diária, de uma sociedade que não encontra respaldo nas autoridades, é um grito de socorro que ecoa em cada esquina.


João Henrique Ribeiro

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2 Comments

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Guest
Nov 04

Muito bom o conteúdo 🫡👏🏾👏🏾👏🏾

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Guest
Nov 04
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