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O Falso Poder da Ocupação: Uma Crônica sobre a Ineficácia da Ocupação (temporária) Policial na Cidade de Deus


No crepúsculo da cidade, um silêncio tenso paira sobre a Cidade de Deus, um bairro marcado pelo caos, onde o medo se infiltra nas ruelas escuras e nas mentes apreensivas dos seus habitantes. À primeira vista, a presença ostensiva de policiais pode parecer um antídoto para a criminalidade que corrói as entranhas da sociedade carioca. Contudo, essa aparente solução se desfaz quando se observa de perto o tecido social desgastado e as raízes profundas do problema.


O governo, de maneira ingênua, acredita que a mera ocupação policial é suficiente para afugentar as sombras que assombram a Cidade de Deus. No entanto, a verdade é que a estratégia de confronto armado apenas empurra o problema para debaixo do tapete, escondendo a realidade complexa e multifacetada que assola essa comunidade, além de expor desnecessariamente homens empenhados em cumprir a missão.


O estado do Rio de Janeiro, marcado por décadas de descaso e políticas públicas ineficazes, agora testemunha o resultado amargo dessa negligência. A insegurança é um monstro de muitas cabeças, e acreditar que apenas a presença policial pode domá-lo é uma ilusão perigosa.


O verdadeiro antídoto para a criminalidade na Cidade de Deus não está nas armas dos policiais, mas sim em uma abordagem mais abrangente e humanizada. Cultura, educação, saneamento básico – esses são os instrumentos que devem ser empregados para desmontar as estruturas do crime organizado. O Estado precisa se fazer presente não apenas como uma força aterrorizante, mas como um agente de transformação social.


O povo do Rio de Janeiro vive à sombra do medo, onde cada esquina é uma encruzilhada de perigos iminentes. A união de insegurança com violência cria uma sinfonia desoladora que ressoa nos corações de uma população que clama por segurança e tranquilidade.


O governo, contudo, parece estar satisfeito com uma ocupação temporária, como se um curto período de presença policial pudesse erradicar décadas de desigualdade e abandono. A inocência do poder público em acreditar que essa abordagem é suficiente levanta questionamentos sobre as verdadeiras intenções por trás dessa medida.


Enquanto a Cidade de Deus é palco de uma encenação temporária, a estrutura criminosa aguarda nos bastidores, pronta para ressurgir quando a cortina se fechar. A verdadeira batalha não é apenas contra os criminosos, mas contra a apatia e a falta de visão do Estado, que parece contentar-se com soluções superficiais para problemas profundamente enraizados.



O Rio de Janeiro desintegra-se a cada dia, enquanto a fumaça da insegurança paira sobre a cidade, obscurecendo qualquer visão de um futuro seguro. A ocupação policial, por si só, é uma mera maquiagem sobre as feridas abertas da sociedade, e enquanto o governo não reconhecer a necessidade de uma abordagem holística, a Cidade de Deus continuará a ser refém do crime, e o Rio de Janeiro permanecerá cativo do medo.

João Henrique dos Santos RIBEIRO – GM – MACAÉ – RJ

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2 comentarios

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fabio vieira de jesus
fabio vieira de jesus
24 feb 2024

Muito bom Ribeiro, parabéns 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻💀💀💀

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Joao Fotografo Casamento
Joao Fotografo Casamento
29 feb 2024
Contestando a

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